Setembro chegou e com ele a importante campanha Setembro Amarelo. Mais do que uma cor, o amarelo representa a esperança e a luta contra o suicídio. Neste mês, somos convidados a refletir sobre a saúde mental dentro e fora do ambiente de trabalho e a importância de cuidarmos uns dos outros. Afinal, a vida é o nosso bem mais precioso.
Como surgiu o Setembro Amarelo
A campanha Setembro Amarelo foi inspirada na história do jovem americano Mike Emme, que aos 17 anos, em setembro de 1994, cometeu suicídio. Mike tinha um carro amarelo, e no dia do seu velório, seus pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e mensagens motivacionais para apoiar aqueles que poderiam estar enfrentando dificuldades emocionais e mentais.
Setembro Amarelo no Brasil
No Brasil, a campanha foi criada em 2015, projeto desenvolvido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O dia 10 é lembrado como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha ocorre durante todo o mês. O Setembro Amarelo não visa só a prevenção ao suicídio, mas também reforçar os cuidados sobre saúde mental.
Por que as empresas precisam falar sobre saúde mental?
Você já parou para pensar na sua saúde mental e como ela interfere positiva e negativamente no seu trabalho e nas suas relações? Você sabia que a sua empresa pode promover palestras, atividades, e fornecer recursos para cuidar da saúde mental dos seus funcionários?
A 26ª edição do Índice de Confiança Robert Half mostra quais são as maiores preocupações dos gestores em 2024.
- Lucratividade: 48%
- Produtividade: 45%
- Retenção de profissionais: 41%
- Bem-estar, saúde mental e qualidade de vida: 30%
- Atração de talentos: 30%
Saiba mais no site da Robert Half.
Investir na saúde mental dos colaboradores é estratégico para o sucesso da empresa. Um ambiente de trabalho que valoriza o bem-estar emocional impulsiona o engajamento, a produtividade e a retenção de talentos, contribuindo para um ambiente de trabalho positivo e resultados superiores.
Saúde Mental no Trabalho: Burnout, Ansiedade e Depressão
O ritmo acelerado do mundo corporativo, com suas demandas constantes e prazos apertados, gera um impacto significativo na saúde mental dos profissionais. Problemas como burnout, ansiedade e depressão, antes considerados tabus, tornaram-se cada vez mais comuns nos ambientes de trabalho.
O Brasil se destaca em um cenário global preocupante: 67% dos trabalhadores brasileiros são negativamente impactados pelo estresse no trabalho, segundo o relatório People at Work 2023. Esse índice, superior à média mundial, revela a urgência de medidas para promover a saúde mental no ambiente corporativo.
A pesquisa também indica uma defasagem no apoio dos gestores brasileiros, com uma queda de 6% em relação a 2022, e uma percepção generalizada de que os líderes não estão preparados para lidar com questões de saúde mental. Essa realidade exige que empresas e indivíduos adotem medidas para promover o bem-estar e prevenir o adoecimento mental.
Leia a matéria completa. https://www.cnnbrasil.com.br/economia/financas/estresse-no-trabalho-afeta-67-dos-brasileiros-aponta-estudo/
Ações que podem promover um ambiente mais saudável
Hoje, algumas empresas oferecem benefícios e programas dedicados à saúde mental, como descontos em academias e em alguns casos a cobertura do plano é total.
Em relação aos planos de saúde, há programas que oferecem serviços além dos convencionais, e contam com psicólogos, nutricionistas e personal trainers. Além disso, a criação de espaços de relaxamento e atividades de bem-estar, como ioga e meditação, podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores. Algumas empresas promovem eventos como palestras e workshops sobre saúde mental, sessões de mindfulness, e criam grupos de apoio para discussões abertas onde os colaboradores possam compartilhar experiências. Outra prática é o Dia do Bem-Estar: um dia dedicado a atividades como caminhadas ao ar livre e atividades recreativas.
O que o RH pode fazer pelo colaborador?
Não só os espaços físicos e coletivos são importantes, mas também é ideal haver um lugar mais privado e acolhedor, onde os colaboradores se sintam à vontade e seguros para falar sobre suas dores e dificuldades. Para isso, é necessária uma capacitação da equipe de Recursos Humanos.
Outro recurso é a realização de palestras sobre o tema, podendo ajudar e incentivar colaboradores que não se sintam encorajados a buscar ajuda por preconceito ou falta de informação.
É fundamental saber identificar sinais precoces como mudanças de comportamento, faltas, queda do desempenho, ou qualquer outro sofrimento psicológico e oferecer o apoio necessário, encaminhando esses colaboradores para tratamento especializado como psicólogos e psiquiatras.
É importante que o RH promova treinamentos para os líderes, capacitando-os a reconhecer alterações no comportamento dos colaboradores.
Como identificar que um colega de trabalho precisa de ajuda?
Geralmente, passamos mais tempo com nossos colegas de trabalho que com a nossa família. Por isso, é importante estarmos atentos a qualquer sinal que indique algum nível de depressão ou ansiedade em nossos parceiros de empresa. Aqui estão algumas dicas de como identificar que um colega esteja precisando de ajuda.
- Mudanças no Comportamento: você percebeu que aquele colega sempre animado agora parece mais quieto? Mudanças de comportamento como essa podem ser um sinal de que algo não vai bem.
- Instabilidade Emocional: oscilações de humor, como explosões de raiva ou episódios de choro inesperados, podem indicar que a saúde emocional está comprometida.
- Negligência com o Autocuidado: a negligência com a higiene pessoal, caracterizada pela falta de cuidados básicos como a higiene bucal e corporal, é frequentemente observada em quadros de burnout e depressão.
Identificando sinais e oferecendo apoio
- Mostre empatia e ofereça apoio. Não indique medicações ou use palavras como “frescura”, “mimimi” ou “preguiça”, que minimizando os sentimentos do seu colega. Incentive a busca por ajuda profissional.
- Caso você perceba que não pode ajudar e que não há sinais de melhora, informe o RH da empresa.
- Inclua a pessoa em atividades em grupo, como almoços, happy hours ou outras atividades sociais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam a depressão. Veja alguns hábitos e atividades que podem ajudar uma pessoa a diminuir os sintomas da depressão, porém, é importante entender que essas são práticas complementares, e que não substituem acompanhamento médico especializado.
- Exercícios físicos: exercícios como caminhada, corrida, ioga e treinamento de força são tão importantes quanto a terapia no tratamento da depressão.
- Animais de estimação: tutores de pets têm níveis mais altos de serotonina e dopamina, o que traz mais calma e bem-estar, além de apresentarem comportamentos menos sedentários.
- Cultivar plantas e manter contato com a natureza: estudos comprovam que mexer com a terra diminui a ansiedade, a depressão e doenças como diabete e hipertensão.
- Sol: a exposição ao sol também pode aumentar a produção de endorfinas, neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.
- Viajar: viagens tendem a proporciona aumento de dopamina e prazer, auxiliando na redução de estresse e depressão.
- Encontrar um passatempo e fazer cursos: começar uma nova atividade relacionada a um assunto de interesse pode ser um grande aliado, fazendo com que a pessoa saia de casa e aumente o círculo de amizade.
- Meditação: além de ser benéfica para a depressão e problemas de ansiedade, a prática da meditação também pode ser útil no tratamento da insônia, hipertensão e dores crônicas.
- Frequentar grupos de apoio: ter um espaço seguro para expressar os sentimentos e liberdade para falar de si é de extrema importância no tratamento da depressão. Conversar com pessoas que estão passando pelo mesmo problema e trocar experiências pode proporcionar um senso de compreensão e pertencimento, reduzindo o isolamento.
A Ciência por trás da saúde mental
Diversas pesquisas científicas revelam a conexão entre o estilo de vida e a saúde mental. Como mencionado anteriormente, a prática de atividades reduz os sintomas da depressão ao aumentar a produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que estão associados ao bem-estar. A alimentação saudável é uma aliada no combate à ansiedade, pois nutrientes como os ácidos graxos ômega-3 são essenciais para o funcionamento do nosso cérebro.
O papel do autoconhecimento
A jornada para superar a depressão e a ansiedade, ou até mesmo evitá-las, começa com o autoconhecimento. Ao explorar as complexidades de nossas emoções, traumas e experiências passadas, conseguimos identificar os gatilhos que provocam esses sentimentos e, assim, desenvolver estratégias para gerenciá-los de maneira mais saudável.
Terapias, coaching, mentorias e testes de perfil comportamental são ferramentas complementares no tratamento da depressão e ansiedade. Cada uma, com sua abordagem específica, contribui para o desenvolvimento de habilidades e o bem-estar emocional. Terapias oferecem tratamento clínico e estruturado, enquanto coaching e mentorias focam no desenvolvimento pessoal.
O teste de perfil comportamental, como o CIS Assessment, proporciona um autoconhecimento mais profundo, revelando padrões comportamentais e motivacionais. Essa ferramenta, em conjunto com o coaching, ajuda o indivíduo a identificar seus desafios e a traçar um plano de desenvolvimento personalizado, fortalecendo sua autonomia e autoconfiança. Leia nosso post sobre Autogestão Emocional e saiba mais sobre perfil comportamental.
Apoio Profissional e o cuidado personalizado
As informações compartilhadas neste post podem servir como um ponto de partida para quem deseja compreender e cuidar da própria saúde mental. No entanto, elas não substituem o acompanhamento de um profissional qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra. Lembre-se de que cada indivíduo é único e pode precisar de um tratamento personalizado.
Se você está se sentindo sobrecarregado, ansioso ou deprimido, não hesite em buscar ajuda. Há vários recursos de apoio disponíveis, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia através do telefone 188.